Macaco Bugio é capturado em Cordeiro
Ação ocorreu no último final de semana
ASSESSORIA DE IMPRENSA/PREFEITURA DE CORDEIRO
O INEA (Instituto Estadual do Ambiente), por intermédio do Parque Estadual do Desengano, numa parceria com biólogos, veterinários e demais especialistas, conseguiu, enfim, capturar o macaco Bugio (Alouatta guariba clamitans) que vinha trazendo preocupações aos usuários da Mata do Posto, tendo, inclusive, atacado moradores, embora não seja característica desse tipo de animal.
Ainda que não seja atribuição do INEA, as equipes do Parque do Desengano, administrado pelo mencionado instituto, passaram a atuar tão logo tomaram conhecimento do primeiro ataque do Bugio. Com apoio de policiais da 5ª e da 3ª Unidade de Policiamento Ambiental (UPAM), Corpo de Bombeiros, técnicos do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, Emater-RJ, Ong Ser da Terra, biólogos da Fundação Rio Zoo, Fiocruz e veterinários do Cras/Estácio, reuniram esforços na operação de resgate da família de primatas que durou duas semanas.
Numa ação conjunta, foram utilizados diversos métodos de captura, incluindo o uso de armadilhas metálicas e redes, mas sempre buscando resguardar o bem estar dos animais e a segurança de moradores do entorno e profissionais envolvidos. Na manhã de domingo, 8, aconteceu a captura do primata após a utilização de dardos anestésicos. Em seguida, o Bugio foi transportado para o Parque Estadual do Desengano, em Santa Maria Madalena, onde receberá atendimento veterinário e será submetido à coleta de sangue para exames, coleta de pelos e sexagem, além de receber um micro-chip para monitoramento futuro. Após esses procedimentos, o primata irá receber alimentos e permanecerá em repouso, podendo ser solto segunda, 9, num fragmento florestal no entorno do parque, que lhe dará condições adequadas de sobrevivência e proteção.
Apesar dos alardes com os acontecimentos, especialistas esclarecem que, pelo fato de a natureza não ser uma ciência exata, a captura desses animais não é algo tão simples, até por possuírem grande capacidade cognitiva, físico privilegiado e adequado ao terreno onde se mantinha, além do conhecimento da mata, com 30 hectares de área. “Isso demandou esforço permanente da equipe. Vale dizer que a Lei Complementar 140/2011 diz que compete ao IBAMA controlar a apanha de espécies da fauna silvestre em vida livre, tendo sido delegado aos estados apenas a competência para a apanha de espécies da fauna silvestre destinadas à implantação de criadouros e à pesquisa científica. O que importa é que o animal foi capturado, a população protegida, as conexões ambientais preservadas e o primata devolvido a um espaço natural”, explica o secretário de Meio Ambiente de Cordeiro, Amarildo Lanes, que também participou da ação na Mata do Posto.